No dia 17 de dezembro o VINO11 anunciou a compra da SEDE da Globo em uma operação de SLB, e isso gerou um desconforto aos investidores do fundo.
Em um primeiro momento eu achei que fosse apenas preconceito e aquela baboseira de que a Globo está falindo, mas de tanto me perguntarem eu decidi ler o fato relevante sobre o movimento.
Em um primeiro momento não tenho muito o que falar sobre o imóvel em si, afinal é um prédio icônico em uma região de valor “emocional” muito alto, os jornais regionais da Globo são transmitidos desse prédio com o pano de fundo da Ponte Estaiada, o prédio fica na Chucri Zaidan, bem ao lado da ponte e das marginais.
Mas então o que tem de errado na COMPRA do VINO11?
Alguns pontos podem ser colocados como problemáticos, pontos como:
- Alavancagem para a compra;
- Grande exposição ao inquilino GLOBO dentro do fundo;
- Necessidade de uma emissão para inteirar o valor da compra;
Talvez esse tenha sido o principal ponto para os cotistas desgostarem do movimento do fundo, afinal o valor total da aquisição é de R$522 milhões, com CAP de 7,6% e com a necessidade de movimentações externas para finalizar a compra.
35% do valor da compra viria de uma nova emissão do fundo, o que nesse momento seria um problema.
Problema porque mesmo anunciando que o valor da emissão está em linha com o VP do fundo, quem vai arcar com os custos da emissão será o próprio fundo, ou seja, todos os cotistas pagam, participando ou não da emissão.
E é claro, descontando o custo da emissão, temos uma emissão abaixo do VP ou simplesmente maquiada para que não fosse anunciada dessa forma.
Os outros 65% viriam de um CRI, uma ferramenta financeira para comprar sem precisar de dinheiro hoje, criando uma espécie de financiamento.
O que dificulta ainda mais o caso:
- Uma emissão não sendo tão boa;
- CAP modesto;
- Compra sem dinheiro;
Mesmo não sendo a melhor emissão, também não é tão ruim, acabou saindo bem em linha das que a VINCI já fez.
Pra mim, talvez o maior problema seria a grande exposição à Globo, sendo que o fundo terá quase 40% da Empresa ao final do processo.
Não é problema gigante, e nem tão grande para que tanta gente comentasse ou se preocupasse.
Pra mim, a VINCI só fez o que costuma fazer em todos os fundos da casa, uma gestão extremamente ativa que faz de tudo para tentar pegar o melhor momento dos negócios que entra.
Se isso é bom eu não sei.
Não tenho fundos da VINCI e também não tenho fundos de lajes puros como o VINO11.
Vida que segue e só mais uma tempestade da galera.
Já vimos coisas piores por ai.